Ando pensando bastante em Andy Warhol desde que Lou Reed
morreu. Venho comparando determinadas pessoas com bananas amadurecidas no
carbureto. Na Alemanha as bananas são horríveis segundo um amigo de lá, eu acho
que é culpa dessa maturação forçada. Eu conheço pessoas horríveis aqui que me
parecem amadurecidas no carbureto.
Num dia elas tem
discursos ferozes sobre sua dificuldade para confiar e dar amor, e, no entanto
mal te viram as costas e aparecem plenas de paixão, escrevendo coisas
românticas e estúpidas como disseram que eram incapazes de fazer e ainda mais
de sentir. O fato é que não adianta lamentar; bananas de carbureto sempre
estarão no mesmo cacho com outras bananas de carbureto e fatalmente a atração
acontece, cedo ou tarde.
Fico pensando na
voz quase monocórdica do Lou interpretando “pale blue eyes” mantenho a voz em
mente pra tentar não me alterar e escrever com a mente. Qual o objetivo dessa
tentativa desgastante? É mais uma necessidade que um objetivo, pensar sobre
bananas e pessoas amadurecidas no carbureto já me consumiu o suficiente, e eu
não acho isso sozinha, me disseram até: “Foi melhor assim, estava lhe fazendo
mal”.
O ponto é; eu não
sou boa em calar, e eu sou do tipo de pessoa que se machuca mesmo, que chega às
vias de fato, que se arrebenta, e não por ter uma natureza masoquista, mas
porque eu acho que só vale à pena viver tudo, sem reservas. A covardia diante
da vida e do sentimento me frustra e me faz ser indiferente a qualquer apelo
das almas que escolhem o purgatório seguro de uma vida mais ou menos. Entre
pouco e nada, eu fico com nada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada pelo carinho de me ler, e se agradei, volte! que as portas estão abertas pros amigos!