quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Das pessoas e bananas amadurecidas no carbureto.



Ando pensando bastante em Andy Warhol desde que Lou Reed morreu. Venho comparando determinadas pessoas com bananas amadurecidas no carbureto. Na Alemanha as bananas são horríveis segundo um amigo de lá, eu acho que é culpa dessa maturação forçada. Eu conheço pessoas horríveis aqui que me parecem amadurecidas no carbureto.
   Num dia elas tem discursos ferozes sobre sua dificuldade para confiar e dar amor, e, no entanto mal te viram as costas e aparecem plenas de paixão, escrevendo coisas românticas e estúpidas como disseram que eram incapazes de fazer e ainda mais de sentir. O fato é que não adianta lamentar; bananas de carbureto sempre estarão no mesmo cacho com outras bananas de carbureto e fatalmente a atração acontece, cedo ou tarde.
   Fico pensando na voz quase monocórdica do Lou interpretando “pale blue eyes” mantenho a voz em mente pra tentar não me alterar e escrever com a mente. Qual o objetivo dessa tentativa desgastante? É mais uma necessidade que um objetivo, pensar sobre bananas e pessoas amadurecidas no carbureto já me consumiu o suficiente, e eu não acho isso sozinha, me disseram até: “Foi melhor assim, estava lhe fazendo mal”.

   O ponto é; eu não sou boa em calar, e eu sou do tipo de pessoa que se machuca mesmo, que chega às vias de fato, que se arrebenta, e não por ter uma natureza masoquista, mas porque eu acho que só vale à pena viver tudo, sem reservas. A covardia diante da vida e do sentimento me frustra e me faz ser indiferente a qualquer apelo das almas que escolhem o purgatório seguro de uma vida mais ou menos. Entre pouco e nada, eu fico com nada.

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