terça-feira, 27 de agosto de 2013

O quase antes do fato.

Sentimentos trespassando meu corpo como flechas
É o momento.
Estou na iminência de escrever
Antes fosse por capricho
Antes fosse pra ser lido
Mas sinto a necessidade de escrever como um asmático que precisa de mais ar
Quer agarrar o ar
Quero agarrar e lançar fora de mim todas essas palavras estúpidas
Nem por nada, nem por ninguém
Somente porque estou farta

Motivo.

A vida me aflige por isso escrevo
Expurgo tudo o que o meu coração se recusa a manter em segredo
Pra quem é todo emoção o silêncio é motivo de medo.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Da paixão

Os sintomas são públicos e notórios
Paixão rima e combina com aflição
É aquela angústia que invade o peito
E acampa dentro da gente

Os resultados são sorrisos
E lágrimas idiotas por conta de uma música
Ou uma citação, não dá pra curar
Mas ela se abranda quando o objeto da nossa paixão está conosco

Cada atenção devotada à outros
Soa como afronta e causa mágoa
Raiva, e ódio por si mesmo, a paixão é bipolar. Instável.

Certo seria temê-la e evitar a todo custo
Mas quem o faz é feliz?
É escrevendo que curo minhas crises de paixonite aguda.


domingo, 25 de agosto de 2013

Versos a um certo moço não tão certo de si mesmo.

Toda felicidade do mundo
Cabe nesses olhos sorrindo em arco
E é nesse instante que vejo o menino
Que repousa no homem

Na boca o mistério de uma linha reta
Lábios impassíveis...impossíveis
Um homem que carrega silêncios
Sobre os ombros largos

O discurso claro de pensamentos embotados
Olhos verdes abismados
Abismos que me arrastam para o fundo sem garantias

Onde está tudo que tenho que ler?
Tudo que deixei por fazer?
É só um bem querer...suspiro resignada

Nenhuma palavra.
Sequer me olha
Estou tonta e sou torta
E o que importa, se ele não vai abrir a porta?

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Do que restou.

Me resta a palavra que se recusa a morrer em meus pensamentos
E descarada transpassa meus lábios e dedos
Me resta a necessidade de escrever como quem tem sede
Me resta uma vontade

Analisando assim tenho um inventário de tudo que me resta
Mas é triste sentir que trocaria todas as palavras que insistem em ser ditas
Pela atenção de quem não me vê...
Resta me saber estúpida

Resta aceitar a minha culpa
Por ser sentimental, visceral e tão sonhadora
Resta o desejo

Ah, eu me recuso a ser uma pessoa cinza
E recuso me encher de medos
Por mais custoso que seja, eu prefiro lamentar tua ausência em verso.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Poesia impregnada

E se fosse prosa
Mais suave amor
Misturar nossos tons de vermelho borrado
Tornar tudo cor-de-rosa?
E se fosse prosa amor
Se a gente juntasse a poesia tua
A poesia minha,fizesse uma prosa poética
De coisas tão lindas
De felicidade infinda
Se fosse prosa amor
Talvez não fosse eu
Talvez não fosse você
E versando assim eu sigo amando
E mesmo se não mais amasse
Deixava de te amar amando
E assim versando
Sigo de cá e tu de lá
Como quem divide a cama
Como quem divide a alma
E assim a gente se encontra
No gosto do verso
Na poesia nossa de cada dia
No abraço que ficou faltando
No sussurro de eu te amo
Na minha viagem
Nos teus planos
Eu atriz e tu cantando
Um amor assim de sonho
Assim de clássico
Assim romântico
Teu estilo noir nos meus desejos hollywoodianos
Your Lady mi amor
E nessas diferenças uma soma tão bonita
Uma cena
Uma dança
Num teatro com palco italiano
Desse meu jeito Stanislaviskiano
A tua leitura em silêncio
A
minha verborragia
Tua mão nos meus cabelos
Minha boca na tua
A minha vodka pura
A tua caipirinha
Overdose de açúcar
Excessivamente poéticos
Versando maluquices
Sangrando à cada estrofe
De sonetos desnudos
Assim descarados que entregam
Todas essas sentimentalidades
Montando assim nosso drama
Que tu bem sabes,gostamos
Atores, que nós dois somos
Oscilando entre a valsa e o tango
Poetas,assim tristes,assim felizes,assim amando. 

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Repare

Pense bem que isso tudo é tão singular
Porque ter medo do que possa ser se a gente ficar?
Se o que todo mundo quer é viver algo particular
Porque temer ter prazer se não vai machucar?

Melhor, não pense demais
Esqueça o que eu disse e chegue mais perto
Não tema minha boca nem meu afeto
Não vou lhe prender nem lhe atirar do prédio

A gente pode dizer que foi culpa do tédio
Do ócio ou da falta de amor nesse universo
Podemos dizer que é um caso já velho

E você pode fingir que estar comigo foi o único remédio
Que era domingo, que o céu tava lindo
E que o resto é só verso.






domingo, 11 de agosto de 2013

Heavy

Pesada é a alma
A culpa
O clima fica
Todo preconceito pesa
São toneladas de baixa auto-estima.


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Moço


Não me tente
Que nasci errada
Pedra, pimenta, risada
Não me tente
Porque não queres nada
Firme ou assim de assalto, de repente
Melhor que não me tente
Porque visto que não sentes
É provável que não me aguente.

domingo, 4 de agosto de 2013

Qualquer coisa

Tem qualquer coisa em mim de doce e amargo
De terno e grave
Tem qualquer coisa em mim que incomoda
É qualquer coisa que tira o sono, que seca lágrimas
É qualquer coisa que não sei
Qualquer coisa que não reconheço, que não entendo
Tem em mim qualquer coisa dos que passam
Qualquer coisa de olhares
Qualquer coisa de mãos
Qualquer coisa de pó
De sujo, de sobejo
Em mim há muito e pouco
Muita sede
Pouca água.